quinta-feira, julho 27, 2006

PARA ANNY

Quarta-feira, Julho 19

A PESSOA DE JOÃO ERA DE FINO TRATO.
POETA DE ESTILO REBUSCADO,SE DISPUNHA A RELATAR SEUS DISSABORES AMOROSOS.
NÃO PORQUE OS TINHA COMO UM FARDO, POIS LHE CAIA BEM ,
SEGUNDO NARRAVA EM SEUS CONTOS E PROSAS, A PECHA DE: 'AMANTE SOLITÁRIO'.
DESSA FORMA A MÉTRICA CORRIA SOLTA E A RIMA ERA ASSINTOSA E DESPRENDIDA,
ATÉ PORQUE, JOÃO, PESSOA DISTINTA,SE LIBERTAVA DE PECADOS* QUE ACHAVA LHE PERTURBAR A ALMA.O FAZER POESIA LHE SOLTAVA AS AMARRAS DE MEDOS QUE O ASSOMBRAVA.
JOÃO,PESSOA MODESTA E ROMÂNTICA,
AMOU QUANTAS MULHERES PÔDE E SE FARTOU DO SONHO DE CADA UMA DELAS E AS POSSUIU COM A PRETENSÃO DE UM AMANTE FIEL, PORÉM NÃO FORA FELIZ TANTO QUANTO SOFREU.
A PESSOA DE JOÃO SE FOI, MAS DEIXOU COMO LEGADO A ILUSÃO DOS APAIXONADOS E UM FALAR DE AMOR QUASE PERFEITO.
QUE SEJA ETERNO ESSE JOÃO....PESSOA.VIVAS! À POESIA DE ANNY....THINGS!!!!!!!

quarta-feira, julho 26, 2006

NO BAR

- Vai lá. Segue sua vida.

- Mas...

- Você vai encontrar um cara legal, casar, ter filhos, um cachorro, uma bela casa...

- Pára!

- Ah mesmo! Antes vocês vão namorar!

- Pára.

- Não Paro.Olha, esse é o seu futuro.

- Não! Esse é o futuro que você quer pra mim.

- E por que você não gostaria?

- Porque...

- Você ainda tem tempo, ainda é nova, avida está começando. Eu sei. Mas é isso que você quer.

- Você não me conhece.

- Você quer.

- Sim, eu quero. Por que não? Você não?

- Eu disse.

- Não respondeu.

- Não respondi.

(SILÊNCIO)

- Mas, antes, muita coisa pode acontecer.

- É... ninguém sabe.

- Mas antes de encontrar o cara legal, ter filhos, um cachoro e almoços de domingo, me deixa te conhecer?

- Almoços de domingo....Claro. Por que não?

- Afinal, você já sabe muito de mim.

- Almoços de domingo e verões na praia.

- Verões na praia.

E viveram felizes para sempre.

domingo, julho 16, 2006

Minutos

20 minutos. Foram naqueles 20 minutos que quase tive um enfarte, um colapso nervoso, um passamento, sei lá. Mas o que aconteceu mesmo foi um frio na barriga, suor nas mãos, nos pés, na nuca e uma eternidade de 20 minutos.
O tic-tac do meu relógio me deixava mais impaciente.
Esperei ansiosamente pelo meu segredo. Meu segredo estava preste a se revelar em 20 minutos. E minha ansiedade, o meu medo, talvez, me deixava mais impaciente. Meu segredo. Meu segredo de mais de seis meses ia se revelar.
Nem sabia por que havia chegado tão cedo, por que neste dia resolvi ser pontual, se nunca sou nem pretenderei ser.
Sentei somente porque o garçom me ofereceu uma mesa, senão ainda ficaria de pé, olhando os ponteiros do relógio e contando os 20 minutos.
Pensei em pedir um cow-boy, porém, decidi que não. Naquela hora do dia não era recomendável, fora que o calor que fazia não ajudava. Pedi um guaraná - o que me fez lembrar um pouco de casa.
Em menos de um minuto a latinha já havia terminado e faltavam 15.
O tic tac me incomodava mais, o suor já havia cessado, o frio do estômago se expandia até minhas mãos e um calafrio corria a espinha. O que o meu segredo estaria fazendo enquanto o esperava tão impacientemente?
Dedos na mesa, tic-tac, copo vazio, "Mais alguma coisa?", o segredo, o segredo.
10 minutos. 10 minutos. Só dez minutos me separam da revelação. Será que saberei reconhecer meu segredo?
Olhei a decoração do café. Era parecida com outros que já havia visitado e o segredo havia me recomendado, disse que eu iria adorar. E eu o adorei mais tarde.
Chovia. E as gotas repentinas já não eram mais novidade para mim: sempre chovia e se não, perguntava-se porque não.
2 minutos e nada. Que pontualidade aquela, pensei. Pensei em pedir outro guaraná, mas sei lá. Estava tão perto da chegada do segredo que decidi que nem um guaraná poderia me tirar a atenção desse momento.
Dead line. E com aquela pontualidade britânica ele apareceu. E assim percebi que ele não era tão secreto assim. O meu segredo já era mais conhecido e intrínseco a mim do que eu pensava no começo daqueles 25 minutos.


o_o Madonna- Get together

sábado, julho 01, 2006

Tarde de domingo

O ar pesado de final da tarde combina feito tom sobre tom, tão comum em qualquer combinação certeira de mulher, com o céu cinza chumbo, o vento frio cortante que vem da varanda.
Na televisão a programação da TV aberta. O chato, o causticante se instalam.
Mudo de cômodo em busca de entretenimento ou pelo menos de algo que não cheire a chumbo.Olho para estante. Os livros lidos pela metade me olham. Observo-os e percebo que não me apetecem e que tenho que lê-los. Mas não hoje. Olho para o teto - já estou na cama - branco. É, ele quebra a atmosfera.
Vejo no teto uma tela e pequenas gotas coloridas vão surgindo. Na minha paleta laranjas, azuis, rosas e até verdes, que nem gosto muito. Misturo-as.Formas abstratas evoluem para polígonos, e destes para coisas que conheço bem. Meu cotidiano pintado na tela do meu quarto.
Caminhos, lugares, pessoas, agora ganham voz e movimento. Cheiros aparecem. Sonho acordada.Meus olhos piscam lentamente, meu pincel não pára. O vento de frio cortante me obriga a me cobrir com a coberta. Mas isso não impede meu quadro de se movimentar.
O celular toca. Acordo e já não lembro do sonho.

"The road is long, there'll always be wild winds blowing (One thing you
gotta know) Beyond the clouds there's nothing but blue skies (...) Don't turn
around, look straight up ahead, keep movin' (One thing you gotta know) Beyond
the clouds there's nothing but blue skies Blue skies "