No gosto amargo da bile em minha boca
No grito preso dentro do peito
Nas palavras engolidas
Nos olhares vazios
No toque de passado
No calor resfriado
Pensei na dor constante
Esquecida
Senti saudades dela
como da droga
Aquela que tomava diariamente
Em doses proibitivas
Diariamente
Pensei na solidão
Nos dias de silêncio
Nas lágrimas secas
No único
Indivisível
No eu.
E senti saudades da dor constante
No toque passado
No calor, antes não resfriado
E da dor
Que sempre resultava em vômito
Deixando apenas o gosto amargo
Na boca
E na vida.