segunda-feira, setembro 25, 2006

Apelo a mim

Linhas retas, incertas, coloridas, insossas, pedregosas. Linhas sem fim do editor de texto.
Ah! Que vontade de escrever um poesia brejeira, melosa que enjoe seus olhos e que te faça querer ler mais e mais, pensado nas "cartas de amor são ridículas".
Mas o branco do editor de texto invade minha mente. O cansaço de meus ombros cai sobre meus dedos e a preguiça do domingo persiste no meu teclar descompassado e rápido para que pelo menos 10 linhas de dizeres sem sentido que te satisfaçam.

Ah! Que falta do que dizer.
Ah! Que falta de te dizer.
Que procura em dizer algo.

Sentidos retos, incertos, coloridos, insossos, pedregosos. Sentidos sem fim de mim mesmo.
Ah! Que vontade de fazer você sentir o que sinto agora, uma sensação brejeira, melosa que enjoe até a sua a alma e que te faça querer mais e mais, pensando em dropes de anis.
Mas a imensidão de sentidos invade minha mente. E a tensão dos meus ombros cai sobre meus dedos e a excitação do domingo persiste no meu teclar descompassado e não mais tão rápido para que pelo menos mais cinco linhas de dizeres sem sentido te satisfaçam.

Ah! Que falta do que sentir.
Ah! Que falta de te sentir.
Que procura em dizer algo que sinto.

o_o The Clientele - (I can't seem to) Make you mine

sábado, setembro 16, 2006

CANSAÇO

Acordei cansada hoje.
Cansada desta vida em cores psicodélicas, das coisas fora do lugar e de sempre tentar coloca-las em seu posto.
Cansei de procurar sentido, - se bem que já faz um tempo que nem tento- de olhar o horóscopo e ver que aquilo não vai acontecer e se acontecer, estou cansada de dizer "bem que o horóscopo disse".
Cansada de escutar lamúrias infundadas, de estender a mão, de dizer sim quando quero dizer não, eu te amo quando quero dizer tanto faz e tanto faz quando o eu te amo ecoa na minha mente.
Cansei de chorar sozinha no escuro e falar com paredes. Cansei dessa medíocre e hipócrita rotina que me obrigo a levar todos os dias a partir das seis da manhã.
Cansei de você e de seus comparsas. De todos. Dos bichos, das cores, do ar.

Pensei que pudesse ainda reverter esse estado que me encontro. Mas não. Semanas se passaram e esse gosto ocre, o ar pesado, a melancolia do olhar me perseguem. Pensei em fingir mais uma vez um sorriso. Mas não.

Cansei.
Cansei de ser perfeita num mundo de imperfeitos, de ser divina enquanto terrena. De comer coisas verdes invés de açucaradas, pensando que daqui há uns anos estarei com a mesma pele e que assim serei mais feliz.
Cansei de pensar no futuro e viver o passado.

Pensei, semanas atrás, que isto tudo fosse uma doença e que a pílula amarela, roxa, azul, furtacor fosse me salvar. Mas não.

Cansei.
E não me pergunte o que tenho, porque a resposta não vai ser a que você espera. E eu sei disso porque te conheço de tantas vezes alisar sua cabeça enquanto você chorava e me contava os segredos que não pedi para escutar.
A resposta? Eu estou cansada. Cansada de viver.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Ritmo

Sono. Seis, sete, oito horas. Atraso. Preguiça.
Café preto com muito açúcar. "Será que adoça o dia?".
Bolsa, livros. Batom! Perfume com leve toque de baunilha.
Nuvens. Sol. Sol entre nuvens.
Praia. "Solto os livros e corro para o mar".
Atraso. "Mas quem liga".
Tráfego. Chato.
Ruas, pessoas, ladeiras. "A vida é como uma ladeira. Ai que coisa mais clichê".
Sol, brisa, sede. "Água ou coca? Coca! Light."
Aula. Quatro horas. Tédio. Problemas. Sonhos.
Intervalo. Compromissos. "Pagos".
Um mico dentro da árvore. "Argh! Que coisa mais unsual".
Inglezadas.
Sol. Folhas. Caminhos.
Aula pela metade.
Meio-dia.
Fome. "Não nesses dias".
Tédio. Sono.
Cama ou cozinha. Uni-duni-tê.
"Cama!"