sábado, janeiro 12, 2008

Hoje à noite

Hoje pensei em chorar e a primeira idéia que me surgiu foi a de pensar em você e em todas palavras duras que você me disse.

Coloquei uma música dor de cotovelo nas alturas, tomei aquela dose de vodca com água tônica e relembrei todos os momentos que compartilhamos juntos. Olhei as fotos, os recados, os e-mails, os traçados da sua letra horrível nos papéis amassados em minhas caixas de lembranças. Pensei nos seus toques, no seu cheiro e escutei a sua voz novamente me dizendo bom dia.
As lágrimas não correram. As sensações não foram dolorosas. Tudo foi tão bom. Era como se o tempo tivesse voltado.

Resolvi me dar doses cavalares: olhei sua foto atual. Para minha surpresa você tem um filho, uma mulher e todos aparentam - obviamente - estar ultra super mega felizes.
As lágrimas escorrem automaticamente. Me pergunto por que diabos pensei em chorar hoje.
Ah! Só pensei em chorar e não em me martirizar desta forma tão sadô.

A dor que sai do lado esquerdo do meu peito se irradia por todas minhas articulações. Penetra nas minhas juntas, explora meus nervos, me faz chorar mais. Incontrolável.
A minha dor. Não sei explicar. Por que você está tão feliz?

Você não é meu? Você não me pertence? Sua vida não é minha vida? Eu sou sua. Você é meu. Não é tarde, eu sei!
Então me responda quem é essa do seu lado, esse guri no seu colo e esse gato, nesta foto tão família?

Eu só queria chorar. Não sofrer.

Páre tudo. Volte para mim.
Não me importa se são oito, nove ou 10 anos. Você me disse que...

Sim, eu te amo. Mas hoje a noite era para chorar e não para sofrer.





Kate Nash - Nicest thing

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