segunda-feira, junho 15, 2009

Bons dias, maus dias

Existem situações delicadas na vida. Assessores de imprensa lidam com elas a todo instante. E além de delicadas, elas são em sua maioria inesperadas, tornando-as inéditas.

O ineditismo em situações delicadas no jornalismo vende – fazendo uso do jargão. Já para as assessorias, é sinônimo de suplício.

É terrível ter de confrontar colegas jornalistas ou negar informações, porque eu, como assessora, penso sempre no "e se fosse eu naquele lugar", lutando pelo furo, pelo reconhecimento, pela glória em dar a melhor matéria e conseguir mudar o mundo. Mas a vida não é assim e enfim, existem os fatos noticiáveis e aqueles que colocamos na pilha dos ocorridos que não deveriam existir ou ter acontecido.

Como assessora, desde sempre trabalhei com áreas delicadas quando o assunto é crise. E estou enfrentando uma crise agora, onde a importância da permanência da imagem do meu cliente é importante, assim como aquela que ele quer passar.

Quando não se há uma cultura comunicacional em determinada empresa, as coisas ficam mais complicadas. Algumas pessoas acham que assessoria de imprensa não serve para nada e fazem suas próprias declarações, o que complicam ainda mais o trabalho e melam a imagem daquele lugar onde trabalham.

É difícil. E sei que não é impossível reverter esses quadros de desinformação. Palestras, mini-cursos, textos informativos são todos válidos para um começo de conscientização do papel a qual estou incumbida.

O problema se torna maior quando essa constatação de desinformação sobre comunicação surge em meio a uma crise. Tenho em mãos, então, uma crise dentro de uma crise. E várias vozes para calar e buracos para tapar. E isso na atmosfera ética e antiética típica do jornalismo brasileiro.

Fica o desabafo.

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