terça-feira, outubro 10, 2006

EGO


Eu pensei nos olhares perdidos dos homens que fingem ter fé, na coragem fake das mulheres entorpecidas pela vontade de viver sem sentido e nos buracos de nada que nos preenchem a alma.
A conclusão que cheguei fou a que o som do vento batendo no meu rosto e tocando meu cabelo é mais melodioso que essa sinfonia desafinada que tento entender.
Eu sou uma rima afinada no meio dos trombones e cornetas estridentes e desiguais. Eu sou a cor, o doce, o toque afeto, eu sou o cheiro das rosas, eu sou eu e repudio você.
Sou a arte ininteligível, sou suprema, de outro planeta, deusa, criadora.
Vivo em um mundo que você quer ver e sentir e entender, mas se confunde e distorce e rejeita os gostos, as cores, os cheiros, os textos.
Eu enxergo além. Você pára no meio.
Medíocre.
Eu suprema.
A poesia do meu amanhecer e as notas musicais do meu dia são para você tão incompreensíveis quanto a sua própria vida que você implora para escutar sobre e desvendar os ínfimos e tão superficiais mistérios.
Burro!
Eu suprema!
Você. Apenas um reles você.
E eu. Eu sou tudo isso que sou Eu.

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