E hoje ele se casa. Não suporto a idéia de vê-lo casar, mas mesmo assim meu vestido vermelho, maquiagem, cabelo e meu sorriso com novas placas de porcelana estão impecáveis.
Desejo-o toda felicidade do mundo, que ela o faça feliz, muito feliz, mais do que ainda consigo fazê-lo, que tenham lindos filhos, com os olhos dele, que são lindos.
Ah! Odeio deseja-lo felicidade, mas não consigo desejar outra coisa, porque não suportaria a infelicidade dele.
Dizem que isso amor. Eu acho que é uma doença. “Qual o nome da pílula da felicidade mesmo?”
Amar? Ama-lo casando com outra e desejando-lhe felicidade eterna. E desejo sinceramente! “Existe coisa mais louca?” Imagino o altar, as juras de amor e as lágrimas vêm, não posso me borrar. A maquiagem tem que estar perfeita.
“Como minhas glândulas lacrimais podem ainda produzir lágrimas depois de dois dias aos prantos comendo tudo que ultrapassa as 300 calorias?”
Tenho que checar minha bolsa e lembrar do texto. Ensaiando: “Meus Parabéns! Que vocês sejam muito felizes e que você cuide bem dele, viu?! Ele é o cara perfeito para mim. Não era bem esse o final, mas ficou bom. Ermm... Ele é muito especial”. Ai que horror! Uma pessoa “especial”. O que é isto? Especial para quê?
Enlouqueci. Enlouqueço. Enlouquecerei.
Lembrar de ficar longe do álcool e do buquê. Lembrar do lado da igreja. Lembrar o nome da igreja. “Move on!” Levanta! Vai chegar atrasada, como sempre e como sempre ele me dizia.
Ah! Sem lágrimas desta vez!
Atraso. Gripe. Chá de limão com mel. Chá. Café. Cafés. Noites em claro. Vinho. Tinto e branco. Mãos dadas. Coxas. Costas. Azuis. Castanhos. Mãos dadas e cabeça no ombro.
E hoje, ele se casa.
Um comentário:
É a vida... deve ser ruim mesmo!
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