sexta-feira, maio 30, 2008

Menino Cagado

Sempre que vou a Cabrobó, escuto clássicos do forró - todas os veículos possíveis e impossíveis possuem um DVD, uma cassete ou um rádio sintonizado em estação de forró - e lançamentos. Nunca me surpreendo. Acho as bandas bem parecidas. Mas hoje eu parei e assisti atentamente a uma parte do DVD de Mastruz com Leite.

Mastruz com Leite, para quem não sabe, é uma das bandas precursoras do forró elétrico, ritmo que surgiu no começo da década de 90, do século passado. Um clássico para os forrozeiros. Acho que todo nordestino sabe alguma música deles. Eu sei "Valeu boi". Não só eu como toda minha família: tínhamos uma secretária que acordava às 6h e já colocava "Meu vaqueiro, meu peão" na faixa, em último volume, acordando toda a casa.
Mas enfim, hoje, não foi essa música que me fez parar e relembrar mais uma vez essas manhãs pueris, e sim "Menino Cagado".

Não que a música me lembrasse algo de imediato. O que me chamou atenção foi a sua letra. Decifrei alguns versos, que posto aqui:

"Tô mais sem moral /Do que touro capado/Ando mais quieto/Que menino cagado/Perdido no mundo"

Na hora, eu confesso, fiquei parada olhando para o DVD e em seguida me acabei de rir. Nunca pensei que alguém fosse capaz de colocar tais termos em uma única música.

Não gosto muito de forró, nem sei dançar muito bem. Porém adoro São João, uma das festas que mais me diverti e divirto. E acredito que músicas como essa fazem com que a festa se torne mais irreverente e de certa forma, mostre qual é a do local e a do pessoal. Assim como, as músicas de axé falam, em partes eu sei, pelo carnaval baiano.

Na minha opinião, são músicas que possuem datas de validade: duram enquanto a festa não acaba.

Afinal, não dá para relaxar ao final do dia, tomando um vinho ou dry martini, ouvindo "Menino Cagado".


2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, eu acho tão ridículo que não consigo sequer enxergar a "irreverência" da letra! Nada contra forró, mas gosto de tudo que seja autêntico... forró pra mim toca-se com sanfona, triângulo e zabumba, e não com guitarras elétricas e baterias, e acho que a música é uma forma de arte. Infelizmente esse tipo de "bandas musicais" têm constantemente marginalizado o nosso autêntico ritmo nordestino, bem como marginalizado a figura da mulher - "quem vai querer a minha piriquita" - e principalmente, deturpado a arte do que ainda se pode chamar de música! De fato, tem prazo de validade, e eu espero que seja BEM CURTO!

Beijos!

Tatiane Marta disse...

Mulher... é só limpar a música ou o menino cagado
kkkkk
Fala sério!!!
é disso que o povo gosta, é isso que vende...
beijos