Olhei a linha que corta a calçada e percebi que por mais que ela seja reta, sempre pequenas rachaduras a cortam. Tentei caminhar por ela, pé após pé e me deu uma imensa vontade de tentar fazer o caminho das pequenas rachaduras.
Meu pé por mais que me esforçasse delicadamente, não conseguiu seguir algumas delas. Outras com algum esforço e pontas de dedos consegui completar. Me pareceu mais divertido, mesmo com as dificuldades, segui-las. Elas não eram retas e contínuas como as principais. Tinham ondas, me faziam balançar, desequilibrar, cair e me levantar e assim, aprender o percurso.
Sair do caminho, perceber que o diferente não é tão ruim como pode se apresentar e que o pouco cômodo é bem confortável. Brincar de corda bamba e ver que no final os perigos compensam e desejar que a aquela linha principal desse uma balançada, ou pelo menos não se apresentasse tão reta e finita, como parece ser – contrariando a matemática, eu sei.
Tocar delicadamente as linhas, dando mais valor a cada passo. Isso também conta. Olhar para os últimos dados e perceber que eles te ajudaram ir além, mais seguro e agora olhando menos para baixo.
Ah! Essas linhas.
Não desmereço a linha reta, principal, sólida e prática da calçada. Tenho certeza que se estivesse em um dia de preguiça ou mais atarefado não iria nem notar as pequenas linhas. E comodismo é bom em dias de preguiça. Talvez não notasse os passos dados, porém tenho certeza que andaria com a cabeça sempre erguida. Tropeços? Sim, por que não? Ora, com a cabeça erguida há a possibilidade de tropeços.
Ah! Essas linhas. Poderiam ser uma só, não?
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