segunda-feira, junho 04, 2007

O CASO DA PIA

O CASO DA PIA

Sempre achei que quando se chega a discutir lista de compras e promoções de supermercados com seus amigos em uma mesa de bar ou refeição trivial, você alcança ao nível de expert no quesito morar sozinho.

Nossa! Discutir promoção de sabão em pó, ou ainda, o preço do abacaxi já quer dizer: 1. Você sabe que promoções existem em supermercados. 2. Você sabe lavar roupa ou ainda manda sua roupa para lavar. 3. Sim. Abacaxi e sabão em pó se vendem no mesmo local, mas em sessões diferentes. 4. Abacaxi não é tão difícil de descascar – para mim ainda é.

Porém, achei tarefa mais árdua: lavar pia. Passei 10 minutos jogando todos os produtos possíveis, aqueles com cores variadas e perfumes mais ainda. A pia parecia não querer ficar limpa!

Nunca pensei estar desabafando uma coisa dessas e me sentir orgulhosa de tal ato de bravura, mas sim limpei a pia. Acho que vou até ensinar a Dona Zefinha, a diarista, como se limpa uma pia com perfeição. Eu achei a minha pia mais limpa do que a dela, confesso.

Agora em meio a essas linhas malfadadas e de mais uma insônia – sim, caros amigos, a insônia voltou – começo a me lembrar das diversas fases que compõem a engraçada odisséia de ser morar sozinho.

A cozinha é o cômodo que mais pode servir de labirinto para o estreante. Lá se encontram os diversos trecos monstruosos e sofisticados que se deve aprender a lidar, um dia. Exemplos? Fogão é um ótimo exemplo. E forno então? Como ligar um forno? Já perceberam que todo forno se acende de uma maneira diferente?

E a geladeira? Frost free, gelo seco, gelo molhado, com luz. E quando a luz não acende, faz o quê? E se vende luzinha daquele tamanho?

Espremedor de alho, batedeira, liquidificador, saca-rolhas, cuscuzeira! Quanta coisa, quanto trequinho. Cozinha devia já vir com manual de instruções, assim como supermercado com mapinha de indicação de produtos e suas respectivas promoções. Assim, só era sentar na sala, ligar a TV, pedir alguma coisa no delivery e ler tudo antes de utilizar.

Não. Assim a vida morando só não seria tão engraçada e muito menos renderia textos para curar insônia.

Nenhum comentário: