sexta-feira, novembro 17, 2006

ÁGUA

Água. Hoje estou como água. Sem gosto, sem cheiro, insípida, insosa, com uma cara de qualquer coisa que nem a maquiagem mais vagabunda daria a cor mais vagabunda. Nem as teclas do teclado, nem os sinônimos, quem dirá antônimos me chegam para dar mais cor ao texto.
A vida repentindo em um movimento de evaporação. Sobe- desce, mesma coisa, mesmo movimento, passando por diferente estados para voltar ao mesmo ponto de partida. Falta de complexidade ou complexidade da simplicidade?
Vai ver é complexo mesmo. Sei lá.
Percurso de obstáculos. Pobres, fáceis.
Mesmas manias, mesmos pobres gostos e desgostos.
Tempestades em copos de mim mesma, petrificação no meio de borbulhas e evaporações repentinas de raiva.
Falta de sal para temperar ou açúcar para acalmar.
Falta de alguém para me consumir.
Falta de necesidade de mim.

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