“A noite é uma criança”, assim o radialista, poeta, cronista e compositor Antônio Maria se referia às noites boêmias da década de 1950, no Rio de Janeiro. A boêmia carioca acompanhada da era de ouro do rádio brasileiro foi prometido pelo o musical carioca “Antonio Maria – A noite é uma criança” - melhor o “musical de bolso”, de acordo com o Núcleo Informal de Teatro - para João Pessoa, no dia 19 de setembro. E ele conseguiu.
O espetáculo conta de maneira divertida e informal a vida do pernambucano Antônio Maria (1921-1964), que era considerado um dos reis do rádio na década de 50, desde sua chegada ao Rio de Janeiro até a sua morte em um bar de Copacabana. Boêmios relembram antigas canções e histórias que fizeram parte da vida carioca nas décadas de 40 e 50, além dos amores do compositor. Tudo ambientado, evidentemente, em um bar, o hábitat natural de todo boêmio, regado a muita cachaça, distribuída pelos Marias, e cerveja.
"Antônio Maria – A noite é uma criança", que foi eleito, em 2004, um dos 10 melhores espetáculos do ano, pelo Jornal O Globo, tem no elenco Cláudia Ventura – a da propaganda de uma certa marca de bolacha cream cracker - Marcos França e Alexandre Dantas, que se revezam interpretando o homenageado e cantando as parcerias de Antônio Maria com Aracy de Almeida, Ary Barroso e Vinícius de Moraes, entre elas “Ninguém me ama/Ninguém me quer/ Ninguém me chama/ De meu amor”. A direção, que fez com que o espetáculo se tornasse o mais intimista possível, é de Joana Lebreio e a direção musical de Fábio Nin, violonista.
O cenário chegou reduzido a Capital pessoense, por causa, como explica Marcos França, roteirista e ator do espetáculo, do curto espaço de tempo para deslocamento de cidade a cidade, já que o musical faz parte do Projeto Palco Giratório do SESC, que faz um intercâmbio de espetáculos entre as cidades que a entidade possui unidades. O espetáculo original é interpretado em bar café, porém, mesmo em meio a interferências sonoras do local – o espetáculo foi encenado na área de lazer do Sesc Centro, ao lado da quadra de esportes - o clima de bar, boemia, estava presente e era o que importava.
As memórias de ilustres personagens da cultura brasileira vêm sendo resgatadas durante os últimos anos pelo teatro nacional. E o Núcleo Informal de Teatro é um dos responsáveis. O musical Antonio Maria, que foi lançado em 2004, faz parte de uma “trilogia” que homenageia personalidades da época de ouro do rádio brasileiro. Os outros dois musicais homenageiam Mario Lago e Ary Barroso. “Ai! Que saudades do Lago!” também foi encenada em João Pessoa. Mas esta fica para o próximo texto.
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